Gestar, extraordinária missão

Gestar, extraordinária missão

Quando estamos gestantes, nos transformamos em um Portal. Trazemos alguém que não existia inteiro, no tempo presente, para esse mundo em que existimos, nesse momento. A Beleza e a Grandeza desse processo só podem ser experimentados por uma mulher. Podem e devem ser vivenciados pelos outros envolvidos, mas a protagonista é a mulher.

A jornada é nossa, da mulher, somos nós que sentimos o bater de asas da borboleta em nosso ventre, sensação que vai crescendo e ficando mais forte, até virar um bicudo daqueles que nos tira o sono. Somos nós que sentimos fome na madrugada, enjoo pela manhã, vontade de fazer xixi a cada cinco minutos, a congestão nasal, as dores nas costas, as pernas inchadas e que temos um coração e sensibilidade que crescem mais que a barriga. Estamos a serviço da vida, somos ferramenta de uma força maior. Por isso merecemos todo o respeito e admiração, simplesmente por sermos os seres capazes de gestar!

Entretanto, o fato de sermos nós as condutoras, não quer dizer que devemos dar conta de tudo sozinhas, precisamos lembrar que já estamos fazendo algo que só nós podemos fazer, portanto, todo o resto deve ser dividido e a mulher deve ser acolhida em todas as suas necessidades.

Merecemos todo o respeito principalmente no momento em que vamos nos esfacelar e transformarmos uma pessoa em duas (às vezes mais). Esse processo por si só já é doloroso demais, o nascimento de uma mãe, o nascimento de uma criança, e a separação de dois seres que estavam juntos por toda uma existência. Meus óvulos já estavam comigo enquanto eu era um bebê, na barriga de minha mãe, e eu, já era um óvulo, quando ela era um bebê, na barriga da mãe dela. Carregamos toda a ancestralidade em nós e portanto, carregamos também, toda a força da natureza e a experiência de nossas mães, avós, bisavós…

O momento do parto deve promover um começo digno, respeitoso, amoroso e seguro para o bebê que acaba de chegar de viagem. O momento do parto deve ser suave e permitir que a mãe renasça, que ela se sinta amparada, segura e amada. O momento do parto deve suprir a separação da mãe-bebê, a ocitocina natural nutre a mulher de prazer para abrandar o puerpério imediato. O momento do parto deve respeitar a intimidade da mulher e de sua família, deve deixar a natureza agir o máximo que seja possível, pois foi essa natureza que nos trouxe até aqui.

Deixemos todos a natureza agir! Respeitemos as gestantes e suas necessidades! Sejamos mais amorosos, cuidadosos e humildes! Honremos nossas mães e nossos pais também! <3

Texto para reflexão de Fabiana Guimarães
Foto: Fernando Piancastelli



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